segunda-feira, fevereiro 18, 2013

Two Headed Dreams

Two headed dreams
recurrent flows
lack of clarity in my thoughts
each one head off to different paths
each one should always come right back.


Two headed me
turning the show
to white and black and no and go
bringing death amongst the living
returning past upon the bringing

quinta-feira, fevereiro 14, 2013

Demónios a carregar baterias


Quando és um erro na vida de toda a gente, um empecilho, um obviar de felicidade, como não o poderás ser da tua própria existência ? Tudo nunca é muito, e vivendo assim é corrente que as correntes de ar que extravasam todos os sentimentos que demoniacamente extravasam sem trela. Tudo nunca é muito, tudo nunca é muito, tudo nunca é muito, tudo nunca é muito, tudo nunca é muito, mas afunila na escuridão do espaço e da bola do tempo e do teu tempo de olhares a chuva e viveres, em vez de só olhares. Demónios a carregar baterias, falso descanso

Sigur Ros - Ný Batterí


segunda-feira, fevereiro 04, 2013

Campo Grande


Corro planícies a fim de encontrar a tua pele
escrevo queimo mando fecundo resmas de papel
dar aqui é deitar fora quem mais tem mais ignora

Nas ruas também há lixo apanha os cacos que é preciso
já que me tornaste o caos ao lado do lixo
E sem falar querias matar
tocar pássaros sem preocupar
espero que venhas e que te venhas
sem metade do que serias tu
sei metade e como torces assim

Soltas a voz e de lá do corpo
fodes-me os vidros todos de casa
não andes descalça comigo aqui
hoje não vou pegar em vassouras

Cria São


Alar de escadas a tua voz
que não diz nada
nada

Traz de casa os teus pinceis
mete nas dores o que tens
estás a esculpir em brasa

Tens espaço para ser novo
sangue para ter um poço
levanta aos braços e olha aqui
desenha a tua vida em ti
cria a sensação de querer
estar sóbrio e são ser

Arranque


Dar-te  à  corda
dura até agora
dar-te à corda
é dar minutos fora
sais agora (não te apanho / não me queres?) a mão
o teu arranque foi noutra direcção

sexta-feira, fevereiro 01, 2013

Perguntem-me do que estou a falar, quatro, Dor


Carregaste-me nas cordas e soltei um grito. Anafado pela névoa tabaqueira e quase angelical do que se passava. Torceste-me a mística, trouxeste-me a música, a luz da lua e os cortes da relva na pele. Ardor.

A dor.

Reluzente, e claro, com a experiência que tenho não agarrei e partiu-se tudo em pedaços no meio do chão. Agora e sempre.

A dor ardeu.

A dor ar deu.

Em lumes no chão queima e queima sempre que lá se lhe colocam os pés, como se estivessem besuntados de algo inflamável. A desertificação do corpo, de como somos nus e quando estamos sós. Do sexo perplexo, da dor em prazer.

Dor ?

Estas palavras não são mais do que está escondido no que se mostra e no que só fica cá. Não uma mostra, mas uma amostra, do que se passa.


E as folhas vão começar a cair, cheguei a Fevereiro, quando tudo cai mais velozmente no amargo do despertar.