Então disse que não ia falar mais contigo. Ouvisses, meu
monte de merda. Ia amar-te pelo que eras e vou odiar-te pelo que foste. Não
chega que me ouças sem eu falar, basta seres principesco de ti, como sempre,
sem mudar uma linha. Resigno-me ao direito de te ter emprestado o meu corpo, só
! Nunca me dei, mesmo que me percorresses as curvas de mulher e me cravasses as
unhas até ao cérebro.
És um rapaz execrável,
esta é a verdade, o que resto foi engano, enganei-me no número. Não vou
falar mais contigo, e nem te vou avisar, rapaz, ouviste ? Tanto que estás a
imaginar esta cantiga toda para me justificares perante ti. Eu não quero saber,
não ouvirás mais a minha voz. Esquecerei tudo o que gostavas, os cafés, os
cigarros e as conversas, não temos nada em comum. Enganei-me, desculpa, queria
ligar para outro número. Morre, rapaz.
Disse ela segundo eu.