A
obliteração exterior está ainda indecisa. Não quanto às suas consequências, nem
quanto às suas causas. É exactamente o oposto e daqui talvez venha a verdade.
Incidirá sobre elas mas não sabe como. Aliás, mudemos a premissa desta
arbitrária brincadeira de palavra e foquemos a atenção na palavra indecisa. Se, recomeçando fantasiosamente, como todas
as vezes, montar o período ao contrário, ou seja, a indecisa(o) é a
obliteração exterior, as coisas tornam-se mais claras.
Por coisas
entenda-se o cuspir constante, não o sentido que possivelmente algo poderia ter
surgindo deste encarrilamento quase obsceno de palavras e letras que tentam não
se afogar no aborrecido e são lançadas como malabares da boca ou das mãos ou
das teclas ou da tinta ou da mente.
Perfurando a
palavra indecisão, como se de Jesus se tratasses, ressuscito-a para lhe dar
sentido, dado que se voltarmos ao início deste, vá, texto, reparamos que o excesso
de travagens no preliminar não se estende à correria de vocabulário que lhe
sucede.
E porque
deveria ? Numa lixeira também está tudo misturado, e nas sucateiras, e até na
reciclagem. O postulado é que um mero exercício mental e enjoativo é mesmo
isso: relativo. A subjectividade é porventura a mãe de todas as coisas, tal
como a aleatoriedade.
O que me
excita pode ser o que me mata. Assim como a qualquer um. E esta teoria é tão
assustadoramente fiável como a presunção e arrogância da falta de nexo ao
discorrer esta merda toda.
Perguntem-me
do que eu estou a falar, provavelmente sei mais.
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