terça-feira, janeiro 29, 2013

Perguntem-me do que estou a falar, um


A obliteração exterior está ainda indecisa. Não quanto às suas consequências, nem quanto às suas causas. É exactamente o oposto e daqui talvez venha a verdade. Incidirá sobre elas mas não sabe como. Aliás, mudemos a premissa desta arbitrária brincadeira de palavra e foquemos a atenção na palavra indecisa.  Se, recomeçando fantasiosamente, como todas as vezes, montar o período ao contrário, ou seja, a indecisa(o) é a obliteração exterior, as coisas tornam-se mais claras.

Por coisas entenda-se o cuspir constante, não o sentido que possivelmente algo poderia ter surgindo deste encarrilamento quase obsceno de palavras e letras que tentam não se afogar no aborrecido e são lançadas como malabares da boca ou das mãos ou das teclas ou da tinta ou da mente.

Perfurando a palavra indecisão, como se de Jesus se tratasses, ressuscito-a para lhe dar sentido, dado que se voltarmos ao início deste, vá, texto, reparamos que o excesso de travagens no preliminar não se estende à correria de vocabulário que lhe sucede.

E porque deveria ? Numa lixeira também está tudo misturado, e nas sucateiras, e até na reciclagem. O postulado é que um mero exercício mental e enjoativo é mesmo isso: relativo. A subjectividade é porventura a mãe de todas as coisas, tal como a aleatoriedade.

O que me excita pode ser o que me mata. Assim como a qualquer um. E esta teoria é tão assustadoramente fiável como a presunção e arrogância da falta de nexo ao discorrer esta merda toda.

Perguntem-me do que eu estou a falar, provavelmente sei mais.

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