terça-feira, dezembro 18, 2012

dormência


Prolifera-se pelo meu estado de exaustão mental  um disfunção já relíquia e, claro, não levantada, de tudo o que possa ser e ver. A doença não é mais do que uma visão cheia e mortífera, ao contrário dos pequenos deslizes vislumbrescos, em que a fatalidade óbvia e redundante suga para si em remoinho toda a felicidade do meu corpo. É por isso que ela não existe. Minha alma assiste de fora, inútil, gozando com o meu corpo, masturbando-se para cima dele com desdém e mais maldade do que prazer. Vejo-me bem de fora. Venho-me, se assim for preciso, dos dois lados, sem nada que me ignore, dado que nada me toma atenção e nada cresce, desde a pila ao coração. A dormência define-se como a morte e o conhecimento dela em vida, carregando-a as costas como uma camisola em dia de calor, por querer, só para disfarçar, bronzear os braços. Dormência é estar aqui sentado. Dormência é tudo cheirar mal. Dormência é só eu ver o meu sémen  Morte não é dormência, morte é morte, mas adormecido estou pela morte certa em vida de todos os meus projectos mentais e manuais. A dose certa na veia de que nada acontecerá. Uma moca sem drogas, a não ser o desespero.

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