segunda-feira, dezembro 10, 2012

separação própria


A neve cai te do céu para os ossos envoltos em carne
o gelo pelo gelo não é de todo um calmante
muito menos para ti
e arde arde arde arde
o processo de própria separação ainda não existe
eu gostaria de o inventar
é uma merda estar-se sozinho com a pessoa que mais se odeia
separação própria quer do corpo quer da alma
não funcionam em simultâneo e ai de ti que penses isso
ai de mim
ai de nós
o que funciona em simultâneo afinal ?
nem a neve cai certa nem as labaredas queimam em esquadria
porém balançam no teu estômago como dois faróis sempre acesos
que amparam uma batalha naval e pólvora – dentro de ti
a posição arbitrária e de vontade de separação
faz-te levar com os estilhaços todos
rebentas por dentro e para dentro
uma separação própria de todo o ser
ser interno
abre os olhos fecha os olhos
abre os olhos fecha os olhos
 não há factores externos a influenciarem a tua política interna
fecha os olhos
enconsta os carris a testa
luz encandeante nas palpebras fechadas – à falta de melhor opção
à falta de uma separação própria.
testa ardente
ardor
a dor
já passou para sempre

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