Necessidades mundanas e desumanas
que me atormentam constantemente
de mãos e pés atados
gostava de entrar aos pulos pelo teu jardim
saber onde ficas
onde é que as plantas mais bonitas crescem
onde te escondes
procuro-te nas entradas
nas saídas
só com os olhos
procuro-te nas chegadas
nas saídas
e só pelo cheiro
pois só pelo cheiro é possível saber-se alguém
e saber o seu sabor
procuro-te indeterminadamente
enquanto as noites e o frio existirem
e só nessas condições alguém merece que se procure
estás a ler e isto não é para ti
eu escrevo escrevo escrevo
mas desta vez não é para ninguém
apenas para a procura
que tragam na maré de volta
que me tragam de revolta
na esperança de achar um novo tesouro
um novo alvo para as minhas respostas
Sem comentários:
Enviar um comentário